The Crush (1993) - Resenha


Olá cerejinhas! Acabei de assistir um filme de suspense dos anos 90 intitulado "The Crush" ou "Paixão Sem Limite" em português. A primeira obra da nos cinemas de Alicia Silverstone, que já vou adiantando que entregou uma atuação impecável. Achei o filme bem interessante e vim trazer uma resenha com spoilers, dando meu ponto de vista sobre tudo e fazendo paralelos com outras obras de temática similar.

Nick Eliot, um jornalista de vinte e oito anos, muda-se para a vizinhança de Adrian Forrester, uma adolescente de quatorze anos. Adrian logo desperta interesse em Nick, pela sua aparência, generosidade e inteligência; ela passa a visitá-lo de vez em quando, eles conversam e então Nick percebe o quanto Adrian é esperta. Ela não parecia uma garota de quatorze anos comum. Após um inesperado beijo, Nick deixa as coisas claras entre Adrian, que seria impossível eles terem algo pela diferença de idade. Adrian, que está demonstrando cada vez mais que tem uma paixão pelo jornalista, começa a invadir sua vida, começando pelo trabalho, depois, seus relacionamentos pessoais, e aí por diante. Ela faz jogos mentais com o Nick constantemente, a fim de intrigá-lo e, de certa forma, intimidá-lo, uma vez que Adrian sabe que Nick suspeita que ela está por trás de tudo que vem acontecendo. Adrian se livra de todos que tentam ficar entre ela e sua obsessão, e até que em um determinado ponto da trama, ela começa a viver na fantasia de que eles são realmente um casal, e se dá a liberdade de ir até uma conferência de Nick e gerar uma discursão de casal na frente de todos; a polícia então detêm Nick quando ele está retornando para casa, Adrian o denunciou por agressão sexual a menor de idade e ela chega a injetar em si mesma sêmen do Nick para incriminá-lo, que provavelmente ela deve ter roubado de alguma camisinha usada. Na reta final do filme, a amiga de Adrian vai até a casa de Nick, que está arrumando suas coisas para se mudar pra longe, avisa que há um diário que pode ser usado como prova contra Adrian; ela também conta que ela já fez algo parecido isso com outro homem na qual ela estava obcecada. No fim do filme, Nick tem sua liberdade e toda a verdade sobre Adrian é revelada; seus pais a internam em uma clínica de reabilitação, onde ela se apaixona pelo seu doutor, o que denuncia que tudo ocorrerá novamente.


Comecei a assistir esse filme esperando ser alguma comédia romântica qualquer dos anos 90 pelo título, mas ele me surpreendeu muito. No começo do filme, tive uma estranheza com a amizade da Adrian e do Nick. Embora ele mesmo e as pessoas a sua volta estejam sempre lhe lembrando que Adrian é apenas um criança, ele não a evita de verdade, não dá um ponto final de verdade. É bastante estranho um homem de vinte e oito anos aceitar levar uma menina de quatorze — que por sinal é sua vizinha — em um passeio, no meio da noite. É bem estranho, e ele se submete a isso, mesmo sabendo do interesse da garota nele. Em algumas outras cenas ele demonstra o interesse em correr atrás dela, como na vez que foi até sua casa para checar se ela havia pegado sua foto de família e acabou vendo-a nua. Acho que, como adulto da situação, foi bem errado ele ter permitido tudo isso acontecer; não ter contado nada aos pais dela, não ter a afastado ela de verdade. Embora ela tenha de fato algum probleminha na cabeça, é sempre bom lembrar que ela ainda é uma criança, e o adulto deve tomar as rédeas da situação da maneira mais responsável possível. Certamente no fundo ele sentia algum tipo de atração por ela.

Acho bem delicado filmes com temáticas de menores de idade se envolvendo com maiores de idade, no caso deste filme, felizmente não foi romantizada a pedofilia e nada entre eles, apenas na cabeça de Adrian. O foco mesmo do filme é a obsessão de Adrian pelo Nick, que foi algo que achei bastante inteligente tecnicamente falando. Adrian me lembrou muito a Esther, do filme A Orfã. As duas são crianças que se apresentam como adoráveis e espertas, cultas e com uma mentalidade a frente de suas respectivas idades, mas quanto mais vamos conhecendo-as, mais vamos notando a personalidade obsessiva e psicopata de ambas, que também são semelhantes, a forma como Esther e Adrian são calculistas, sínicas e manipuladoras. O disfarce perfeito para uma mente do mal é, justamente, uma imagem pura e inocente, da qual ninguém vai suspeitar.

A estética do filme me encantou bastante! As cores vibrantes e a decoração sempre com um toque vintage. O visual da protagonista foi certamente inspirado no estilo de Dolores, da obra Lolita. Os óculos escuro, o vermelho contrastando em cores suaves, os colares de pérolas, os vestidos brancos rodadinhos, as estampas floridas e toda essa estética baseada na transição de criança para adolescente. Creio que, além da referência a Lolita, esse visual foi empregado também para servir como contraste ao lado obsessivo da Adrian.

Para a Adrian, se apaixonar e ficar obcecada por homens bem mais velhos é como um circulo repetitivo. Provavelmente, ela deve ter passado por algum trauma na infância relacionada ao seu pai, ou a abusos com algum homem mais velho. Não quero me alongar muito quanto a esse assunto em específico pois estou tentando manter o post suave, se é que vocês me entendem.

Vale ressaltar que, a arte retrata a realidade! Na vida real, garotas de quatorze anos ou mais novas até, por mais maduras que possam tentar ser, ainda não são mulheres; embora saibam imitar uma, não são de fato. Uma menina muito nova vai achar o auge de sua vida se envolver com um cara mais velho, afinal, a maioria das garotas sentem atração por caras mais velhos quando são mais novas. Isso não significa que este tipo de relação está certa em acontecer, pois não está! Mas, novamente, a arte retrata a realidade. Se no fim das contas a obra não passar uma mensagem que incentive esse tipo de relação a acontecer ou trate-a de forma positiva, está tudo certo. Embora eu tenha minhas ressalvas sobre algumas atitudes do Nick, a obra em si é focada em retratar a obsessão da Adrian.

Em suma, achei um ótimo filme com um bom plot twist. Surpreendeu-me de maneira positiva e me manteve bastante presa na trama, intrigada sobre o que poderia estar prestes a acontecer e me chocando com cada coisa que ia acontecendo. Gosto de filmes assim e faz um bom tempo que não vejo um que me prendesse tanto! Não deixem de comentar se vocês já assistiram e o que acharam ^^.

Xoxo!