A jornada de estar sozinha é continua, cruel, mas revigorante. Esse mês de Julho ficou marcado pra mim como o fechamento de um ciclo que se estendera pelos anos anteriores, um ciclo da qual eu sempre imaginei que nunca iria acabar de verdade. Dessa vez, tudo foi diferente. Esse mês marcou o fim definitivo deste ciclo, entretanto, isso não foi algo necessariamente ruim. Acho que foi algo que eu precisava mas não tinha coragem de fazer...
Eu nunca trouxe para o blog algum post nessa formatação, como uma retrospectiva do meu mês, a princípio porquê minha vida não é das mais interessantes, ou pelo menos é meu ponto de vista sobre a minha própria realidade. O fato de eu não ter mais tantos leitores quanto antes - arrisco dizer que quase nenhum - me motiva a trazer à tona momentos e questões mais íntimos. Como um apanhado de informações.
O mês de julho apareceu de cara pra mim com o término do meu relacionamento de quase dois anos. Não quero me alongar muito quanto a isso, apenas frisar que com o passar das semanas, aprendi a lidar bem com essa perca e, francamente, as coisas estão melhores como estão agora e mesmo se me fosse dada uma oportunidade de retomar as coisas, eu não faria, pela primeira vez. Eu tive meu momento de um romance clichê, da qual os sentimentos eram verdadeiros e puros; tive momentos legais com ele e evoluímos muito como pessoa. Por mais que não tenhamos prosseguido, acho que cada momento valeu a pena pra ambos, e fico feliz por isso, por tudo ter terminado como e quando terminou. Eu tive a oportunidade de aprender a me abraçar mais nesse tempo sozinha. Retomei uma parte perdida da minha autoestima; estou me vestindo de forma diferente ocasionalmente e usando um estilo de maquiagem diferente, e estou gostando dessas mudanças. Também várias questões na qual eu me martirizava e me forçava a ser diferente, já não me atormentam mais. Aprendi que, apesar de ter meus defeitos, há traços na minha personalidade que são meus. Sou eu, e ponto final! Mas nem tudo são margaridas, obviamente, tive e, vez ou outra, ainda tenho meus momentos de fragilidade quanto a isso, mas estou tentando lidar bem com tudo, até que eu não precise ter mais nada com o que lidar.
Esse mês voltei a ver uma amiga querida que há meses já não a via, eu e Danda nos juntamos na casa dela, compramos pipoca de milho e um refrigerante de laranja - meu favorito - pra vermos um filme e termos um momento entre garotas. Agora tenho mais tempo pra minhas amigas, faço mais planos com elas, e eu senti bastante falta disso. Companhia feminina é algo indispensável pra mim. E ainda nessa linha de experiências na qual eu já não tinha há tempos, tive alguns (pouquíssimos) encontros com outros homens, e um deles foi até que bem legal, mas a questão em si é que, desde que comecei minha transição eu já estava comprometida, então acabei por não ter experiências com outros homens já sendo uma mulher. E isso foi algo que sempre atiçou minha curiosidade, afinal, creio que tenha sido a única experiência que eu não tinha vivido até então depois da transição; está sendo legal ter essa liberdade e estar tendo essas experiências pela primeira vez.
Também comecei um livro novo este mês! E pra mim foi uma das coisas mais legais. Já perdi há muito tempo o hábito de leitura, e então vem "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo" e me trás de volta a paixão pela leitura. O romance é sensacional, escandaloso. Sempre amei e me espelhei em mulheres como Evelyn Hugo, fortes, lindas, manipuladoras e frias, duronas; aquelas mulheres que são julgadas por terem este tipo de personalidade, personalidade essa que é ovacionada quando vinda de homens. Não sei se trarei uma resenha rápida sobre ele quando finalizar a leitura, talvez sim, talvez não. Não é uma promessa, hahaha.
Estive também em lugares incríveis - pelo menos pra mim -, como na Cidade Alta aqui em Natal/RN. Lá é esquisitamente bonito. Foi um dos primeiros bairros de Natal, por isso as casas antigas têm uma estética da época em que foram construídas. Lá tem lugares incríveis, praças, sebos, o Beco da Lama - que foi o lugar que fui visitar -, várias lojas e feiras, além de ter me trazido a sensação de nostalgia. Lembro-me de estar lá quando era criança, daquelas ruas e daquelas casas engraçadas, e foi incrível pra mim ir de novo lá após tanto tempo.
Posso concluir que estou em uma fase bacana da minha vida, tenho certeza que futuramente, irei rever as fotos e vídeos que fiz e pensar como foi uma época de ouro, da mesma forma que penso de épocas atrás da minha vida.